SEO | Imagem de tungnguyen0905 no Pixabay
Quem acompanha os principais movimentos do universo de busca já percebeu: o SEO não morreu — mas definitivamente mudou de forma. Em encontros recentes de especialistas ao redor do mundo, como os que aconteceram no último BrightonSEO, um dos maiores eventos globais da área, a mensagem foi clara: a disciplina está se reinventando, com Inteligência Artificial, APIs e automação assumindo o protagonismo.
SEO está vivo, mas agora fala em Python, roda em API e pensa com IA
Jeremy McDonald, CEO da Kaizen, foi um dos nomes que mais repercutiram com sua abordagem direta: “Se você tem um processo, ele pode (e deve) ser automatizado”. Em vez de fluxos manuais e baseados em achismo, ele demonstrou como sua equipe usa scripts, APIs e modelos de linguagem como o Gemini para automatizar tarefas como análise de concorrência, classificação de palavras-chave e auditorias de conteúdo — sempre orientadas por lógica de negócio.
A automação, segundo ele, não só garante eficiência como redefine o papel do profissional de SEO, que passa de executor técnico para estrategista de sistemas.
Entre fluxogramas e prompts: o novo workflow do SEO
Outro ponto recorrente nas discussões foi a estruturação de processos a partir da IA. Hoje, times mais maduros em SEO operam com bibliotecas de prompts otimizados e fluxogramas específicos para cada etapa: da análise técnica à produção de conteúdo.
Na prática, isso significa:
- Categorizar palavras-chave por intenção com a API do Gemini;
- Automatizar relatórios com Zapier, n8n ou scripts Python integrados ao Google Sheets;
- Usar IA para redigir descrições, gerar consultas Regex e até estruturar dados.
Em muitos casos, as decisões já começam com a IA. Em vez de esperar um analista abrir o dashboard, os sistemas entregam insights prontos para ação.
De Search Engine a Search Experience: a disputa por atenção mudou de lugar
O pesquisador Alexandre Hoffmann levantou um ponto que ressoa com muitos profissionais: o SEO já não acontece só no Google. Plataformas como Reddit, TikTok, YouTube e Pinterest vêm ganhando protagonismo como ferramentas de busca alternativas — especialmente para consultas mais subjetivas, como “vale a pena?”, “melhor X para Y” ou “como fazer”.
Hoje, a SERP tradicional cede espaço a:
- Blocos de fóruns e comunidades (Reddit, Quora);
- AI Overviews que já entregam a resposta pronta;
- Carrosséis multimídia, com vídeos e snippets enriquecidos.
A lição? O novo SEO precisa ser multiplataforma, entender formato e canal, e adaptar a entrega de valor à jornada de descoberta — onde quer que ela comece.
Comunidade também ranqueia: exclusividade com propósito converte
Fugindo da bolha técnica, Wiktoria Wójcik, da inStreamly, apresentou um case surpreendente. Ao incentivar um cliente de turismo de luxo a criar uma comunidade exclusiva no Facebook — onde o acesso só era permitido após avaliações sinceras de pequenos negócios visitados — o engajamento explodiu. Sem mídia paga, o grupo alcançou:
- Mais de 100 pedidos de entrada em poucos dias,
- Conteúdo espontâneo e de alto valor,
- Crescimento de 30% nas vendas.
A conclusão é simples: mesmo em canais tradicionais, quando há propósito e curadoria, há conversão. Comunidades bem cuidadas se tornam ativos de marca e motores de descoberta orgânica.
Do SEO reativo ao SEO inteligente: mais estratégia, menos execução manual
O que se viu foi um consenso emergente: o SEO de hoje não se sustenta mais na operação manual. Saem as tarefas repetitivas, entram os fluxos inteligentes, os critérios de priorização orientados por IA e a tomada de decisão baseada em padrões de comportamento.
Especialistas da Screaming Frog e da Kaizen reforçaram: quem ainda se apoia em planilhas para apagar incêndios está ficando para trás. A nova geração de SEO opera com dados, previsibilidade e criatividade — e isso exige uma mentalidade mais estratégica do que nunca.
O SEO não desapareceu – ele trocou de roupa
O que eventos como o BrightonSEO deixam evidente é que o SEO se transformou. Não é mais apenas otimizar tags ou revisar H1 — é orquestrar dados, sistemas e experiências. Quem entende de IA, domina fluxos automatizados e sabe onde mora a atenção do público, tem tudo para liderar o novo ciclo.Como ouvi recentemente:
“O SEO não desapareceu. Ele só trocou de roupa – e agora ela é feita de dados, código e criatividade.”