Planejar é resistir: o papel da estratégia para o empreendedor brasileiro

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Planejar é resistir: o papel da estratégia para o empreendedor brasileiro

Planejar é resistir | Imagem de StartupStockPhotos no Pixabay

O planejamento estratégico é essencial para empreendedores de todos os níveis. Mas, planejar é resistir. Entenda.

O cenário econômico do Brasil impõe um grande desafio para os empreendedores que tentam prosperar no país. Em um ambiente onde o futuro parece imprevisível, as incertezas tornam-se o pano de fundo cotidiano das empresas brasileiras. 

Considerando isso, o planejamento estratégico emerge como uma ferramenta essencial, não apenas para guiar os negócios, mas também para garantir sua sobrevivência. Afinal, planejar é resistir: mais do que uma mera projeção de objetivos, o planejamento é uma forma de resistência ativa diante das adversidades que o empreendedorismo no Brasil enfrenta.

O Brasil e o empreendedorismo em um ambiente de incertezas onde planejar é resistir

Um empreendedor brasileiro precisa ter mais do que boa vontade ou espírito inovador. Afinal, são muitos os obstáculos que os empreendedores enfrentam. Entre eles:

  • Incerteza política, com eleições imprevisíveis e mudanças nas políticas públicas;
  • Volatilidade econômica, com altas taxas de inflação e flutuações cambiais;
  • Dificuldades no sistema tributário, que tornam a gestão financeira complexa.

Esses são alguns dos fatores que afetam diretamente as decisões de negócios e colocam à prova a capacidade de adaptação e resistência de quem tenta empreender no país.

A crise econômica, a pandemia de Covid-19 e os impactos da globalização nas cadeias de fornecimento são exemplos recentes de como o ambiente de negócios no Brasil pode se transformar rapidamente. Assim sendo, o empreendedor não pode se dar ao luxo de ser impulsivo ou de agir com base apenas na intuição. 

Portanto, uma estratégia bem estruturada se torna essencial para navegar por esse mar de incertezas. Com isso, garantir não só a sobrevivência, mas também o crescimento sustentável.

Planejamento estratégico: mais do que simples projeções

Vale saber que o planejamento estratégico não é um exercício de ficção ou uma lista de desejos, mas sim uma construção pragmática. Portanto, precisa se basear em dados reais, análises aprofundadas do mercado e um constante processo de adaptação. 

Assim sendo, para o empreendedor brasileiro, a estratégia deve ser flexível, mas ao mesmo tempo firme em seus princípios. Então, é preciso entender que, em um cenário instável como o brasileiro, a previsibilidade é um luxo e não uma certeza. 

Considerando esses pontos, o planejamento estratégico deve contemplar o pior cenário possível por conta das variações de mercado. Outros fatores incluem ainda possíveis mudanças de regulamentação e até mesmo os impactos de crises políticas. 

Então, as projeções financeiras precisam ser realistas e não se basearem em suposições otimistas. Afinal, a gestão de riscos e a identificação de oportunidades são peças fundamentais desse processo.

Além disso, o planejamento precisa ser revisado periodicamente. Em tempos de rápidas mudanças, como o atual contexto brasileiro, o empresário deve estar preparado para ajustar seu rumo conforme a evolução do cenário. 

Assim sendo, a flexibilidade é uma qualidade indispensável para o empreendedor, já que a rigidez pode levar à perda de oportunidades ou à estagnação diante das mudanças que o ambiente externo impõe.

Na estratégia empresarial, os números importam

Em um cenário incerto, mais do que nunca, os números se tornam a principal referência para o planejamento orçamentário. Dados financeiros, projeções de fluxo de caixa, índices de rentabilidade e de liquidez são fundamentais para orientar as decisões estratégicas. 

É um erro comum pensar que a boa vontade ou o instinto empresarial podem ser suficientes para superar crises econômicas. Na verdade, é a análise rigorosa de números que permite ao empreendedor tomar decisões mais embasadas e seguras.

Ter um controle financeiro minucioso é contar com uma ferramenta de resistência frente a crises. Entenda que isso implica não apenas em acompanhar as receitas e despesas, mas em analisar os custos fixos e variáveis, entender a margem de lucro e planejar a gestão de caixa para sobreviver a períodos de baixa demanda ou de oscilações econômicas. 

Em um ambiente instável, a agilidade em adaptar a operação financeira pode ser o diferencial entre a falência e a sobrevivência de uma empresa. 

Além disso, o uso de ferramentas de inteligência de mercado e de análise preditiva pode proporcionar um insight valioso sobre tendências e mudanças de comportamento do consumidor. Isso permite antecipar as necessidades do mercado e se adaptar antes da concorrência. 

Portanto, a análise de dados, em tempo real, é um recurso imprescindível para garantir decisões mais precisas e menos impulsivas.

Adaptabilidade: a chave para a sobrevivência

É importante saber que a resistência, no entanto, não se refere apenas ao planejamento financeiro ou à análise de dados. Adaptar-se rapidamente às mudanças é a verdadeira forma de resistência para o empreendedor brasileiro. 

Em um contexto de incerteza política e econômica, as mudanças podem ocorrer de maneira abrupta e exigem uma capacidade de resposta rápida. Com isso, o empreendedor que não consegue se adaptar está mais suscetível a falir ou a perder mercado para concorrentes mais ágeis.

Aqui, a inovação constante desempenha um papel crucial. É válido pontuar que as empresas que conseguem transformar adversidades em oportunidades são aquelas que estão em constante evolução. 

Isso considerando a adaptação de seus produtos, inovação de seus processos ou o uso de novas tecnologias. Ou seja, a capacidade de mudança e adaptação contínua é o que permite ao empreendedor não apenas resistir às dificuldades, mas também prosperar.

Essa flexibilidade não significa abdicar de objetivos ou deixar de lado a visão de longo prazo. Pelo contrário, a adaptação está intimamente ligada à visão estratégica, que precisa ser capaz de se ajustar sem perder de vista os princípios e metas da empresa. 

Um bom exemplo disso foi a rápida digitalização de muitos negócios durante a pandemia, quando a necessidade de adaptação se tornou vital para a continuidade das operações.

A estratégia como um diferencial competitivo

No Brasil, onde as condições de mercado podem mudar rapidamente, o planejamento estratégico se torna um diferencial competitivo. Afinal as empresas que conseguem se antecipar às mudanças e planejar com base em uma análise realista e detalhada são mais propensas a se manter no mercado e crescer, mesmo em tempos de turbulência.

Porém, vale destacar que a estratégia não é algo rígido ou definitivo. O bom planejamento é aquele que consegue equilibrar estratégia de longo prazo com flexibilidade de curto prazo. Afinal, a resistência estratégica é sobre se manter firme em um mundo que está constantemente mudando.

Planejar é resistir

Sabendo que um empreendedor brasileiro acaba enfrentando um cenário desafiador, onde as incertezas econômicas e políticas estão sempre presentes, planejar é resistir. Mas, é preciso focar em um planejamento estratégico bem executado.

Esse precisa estar fundamentado em dados e preparado para as mudanças, como ferramenta que separa o sucesso da falência. A capacidade de adaptar-se constantemente à realidade do mercado, sem perder a visão de longo prazo, é o que permitirá que os empreendedores não apenas sobrevivam, mas prosperem.

Afinal, em um país como o Brasil, onde as condições de mercado podem mudar a qualquer momento, a estratégia é mais do que um plano de negócios. Ou seja, é uma forma de garantir a longevidade e o sucesso de um empreendimento. 

Portanto, o bom empreendedor não é aquele que prevê tudo, mas aquele que sabe como reagir diante do imprevisível.

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